domingo, 20 de outubro de 2013

Marcílio Soares: ÍCONE DE  JESUS NO PRESBITÉRIOA arte cristã pri...

Marcílio Soares: ÍCONE DE  JESUS NO PRESBITÉRIO


A arte cristã pri...
: Í CONE DE  JESUS NO PRESBITÉRIO A arte crist ã primitiva proporcionou aos artistas uma vasta aplica çã o dos seus primeiros modelos...
ÍCONE DE  JESUS NO PRESBITÉRIO



A arte cristã primitiva proporcionou aos artistas uma vasta aplicação dos seus primeiros modelos. Depois que a imagem do Pantocrátor  fora aplicado nos primeiros ícones, surgiram, posteriormente, grandes imagens da mesma tipologia feitas por artistas ocidentais contemporâneos, porém resgatando a mesma fonte: a iconografia bizantina.
ALTAR traz uma simbologia toda em particular. É o lugar onde o Sagrado se condensa com maior intensidade. Sobre o altar se cumpre o sacrifício. Simboliza o centro do mundo, o lugar e o instante em que um ser se torna sagrado. É a mesa do banquete eucarístico, no cristianismo quase sempre celebrado sobre o túmulo de um mártir.

ÁGUA é percebida diretamente na imagem apresentada, mas não o seu sentido; a água é uma representação simbólica de purificação e morte: submerge o homem velho e emerge das águas o homem novo. A água possui a virtude purificadora. A imersão do batismo é regeneradora, opera um renascimento, no sentido de que há morte e vida.


A água também é vista como “fonte da vida”, associando à fertilidade e opondo-se ao deserto. Deus é visto como “fonte de água viva” e a alma como o cervo sedento em busca da água viva (cf. Sl 42, 2-3).


                                  

ÁRVORE é um dos símbolos mais significativos e mais difundidos. Na iconografia e literatura cristã há uma relação simbólica entre a árvore do Paraíso e a cruz de Cristo que “nos devolveu o Paraíso” e que é a “verdadeira Árvore da Vida”.

A profundidade do símbolo da árvore é extremamente espiritual. Ela une o mundo subterrâneo, através de suas raízes, ao mundo terreno, através do tronco e das folhagens e, deste, ao mundo espiritual, através da copa.


Um símbolo muito importante na iconografia é a vara do tronco de Jessé, que se lê em Is. 11, 13) .


ARCO ÍRIS é o símbolo de ponte entre o céu e a terra. Expressa, sempre e em todo lugar, união, relação e intercambio entre ambos. É símbolo da primeira aliança (sinal de pacto) entre Deus e o homem depois do dilúvio (cf. Gn 9, 12-17); símbolo de ascensão; de conclusão e de princípio da segunda Aliança.
Sacramento.

VELA simbolizam, mutuamente, a luz e a iluminação. É um objeto ritual, as igrejas se iluminam com velas. O cristão o

ferece velas aos ícones como símbolo de oração, de sacrifício, amor e presença. Também é símbolo de santidade e de vida contemplativa. Sete velas Sete

FOGO DAS VELAS,
 considerado sagrado, purificador e regenerador. No apocalipse, a imagem do divino aparece como rodas de fogo. No Antigo Testamento, Deus aparece na coluna de fogo e na sarça ardente. Símbolo da presença e manifestação de Deus.



Estrelas (Apocalipse 1:20) 
O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas.
Sete é o grande número da perfeição espiritual.  Ele ocupa um lugar amplo nas obras e
principalmente na Palavra de Deus, como sendo inspirada pelo Espírito Santo. A palavra sete e o número 7 são usados como nenhum outro número. O sete e seus compostos ocorrem em múltiplos de sete no Antigo Testamento. Por exemplo: Sete ocorre 287 vezes = 41 X 7; Sétimo ocorre 98 vezes = 14 X 7; Sétuplo ocorre 7 vezes. Os três somados (287 + 98 + 7) dão 392 vezes. Setenta ocorre 56 vezes = 8 X 7; Setenta combinado com outros números ocorre 35 vezes = 5 X 7.

LÍRIO é o sinônimo de brancura e, por conseguinte, de pureza, inocência, castidade e virgindade.  A providência, que cuida das necessidades de seus eleitos (cf. MT 6, 28).
Também simboliza o inicio da gestação de Jesus, o inicio de sua vida terrena


OLIVEIRA, Monte das lamentações, das angustias da dor e amor, pois traz  ÓLEO que é o símbolo da purificação por causa do poder de limpeza. A unção com o óleo desempenha um importante papel sacralizaste: unge-se coisas e homens.

LIVRO ,
indica o próprio Cristo, Palavra de Deus, Verbo Encarnado. Às vezes, toma o simbolismo do Livro da Vida, onde os nomes dos eleitos estão escritos.
PEIXE, PÃO E JARRO DE VINHO.
 O principal e mais difundido é quanto à palavra grega Ichtus (= peixe) é uma forma de ideograma, sendo que cada uma das 5 letras gregas vista como inicial de palavras que traduzem por: Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador.
O peixe, visto como alimento é transformado em símbolo do alimento eucarístico ao lado do p
ão  e do  vinho.

 A Mão do Pantocrátor
mão que abençoa, não una os três dedos juntos, mas une o polegar com o anelar apenas; o dedo chamado indicador e o médio formam o nome IC: com efeito, o idicador forma o I; o dedo médio curvado forma o C; o polegar e o anular que se unem obliquamente e o mínimo que está ao lado do anular, formam o nom e XC; de fato a obliquidade do mínimo, estando do lado do anular, forma a letra X; o mesmo mínimo, que tem curva indica justamente por isso o C; por meio dos dedos, portanto, se forma o nomeXC e por esse motivo, pela divina providência do Criador de todas as coisas, os dedos da mão humana foram modelados
assim e não foram demais ou de menos, mas em quantidade suficientes para formar este nome.

O MISTÉRIO DO ROSTO NOS  ÍCONES


O centro da representa
ção no ícone é sempre o rosto. É o lugar da presença do Espírito de Deus, porque a cabeça é a sede da inteligência e da Sabedoria.

O rosto é construído em torno daquilo que chamamos círculos concêntricos, ou seja, de três círculos de tamanhos diferentes e que possuem um mesmo centro: o primeiro, normalmente dourado, está a auréola, símbolo da glória de Deus; o segundo, a cabeça e nela aparece a face, como a Sede da Sabedoria, muito alto e convexo, de forma que apareça a força do Espírito; o terceiro círculo compreende a parte sensual da face e expressa a natureza humana da qual o personagem representado assumiu durante a sua vida.
Os olhos, cujo olhar irradia para o público e que contém toda a atenção concentrada, são grandes, permanente e grave. O nariz com o movimento, magro e vibrante, sob o sopro do Espírito e manifesta o amor de Deus. A boca é pequena, às vezes sendo desenhado com uma forma geométrica e está sempre fechada no silêncio da contemplação.



ÍCONE  DE  NOSSA  SENHORA  DAS  GRAÇAS


A Árvore de Nossa Senhora das Graças
O símbolo da Virgem Maria, Mãe de Deus; simboliza a igreja universal, simboliza o Paraíso onde estão os escolhidos; simboliza a árvore genealógica onde culmina com a chegada da Virgem e de Cristo e se une com a cruz, Nova Aliança.

O Sol e a Lua,
Segundo o livro do Gênesis, no quarto dia da criação do mundo Deus formou dois grandes luminares no céu: um, maior, para presidir o dia, que é o sol; outro menor, a lua, para presidir a noite. Isso é uma figura do que Ele devia realizar dando Jesus e Maria ao mundo:
- Jesus, como o soberano sol da Igreja, a primeira e mais fulgurante luz de nossas almas e o verdadeiro sol de justiça, do qual toda luz deriva.
-  Maria Santíssima, a bela lua, porém incapaz de mudança ou de eclipse, benfazeja luz que reflete de uma maneira feliz sobre as almas os raios do sol divino

O Mundo
Este globo que vês representa o mundo inteiro e a cada pessoa em particular.

Os raios
são o símbolo das Graças que derramo sobre as pessoas que  mas pedem. Os raios mais espessos correspondem às graças que as pessoas se recordam de pedir. Os raios mais delgados correspondem às graças que as pessoas não se lembram de pedir.
Simbolizam as graças que Nossa Senhora derrama sobre os seus devotos. A Santa Igreja, por isso, a chama Tesoureira de Deus.
No mesmo instante, a imagem luminosa transformou-se. As mãos carregadas de anéis, que seguravam o globo abaixaram-se, abrindo-se despejando raios, sobre o globo em que a Virgem pousava os pés, esmagando a serpente infernal.

As 12 estrelas: 
Simbolizam as 12 tribos de Israel.

A serpente:
 Maria aparece esmagando a cabeça da serpente.

A mulher que esmaga a cabeça da serpente, que é o demônio já estava predita na Bíblia, no livro do Gênesis: "Porei inimizade entre ti e a mulher... Ela te esmagará a cabeça e tu procurarás, em vão, morder-lhe o calcanhar".
Deus declara iniciada a luta entre o bem e o mal. Essa luta é vencida por Jesus Cristo, o "novo Adão", juntamente com Maria, a coo redentora, a "nova Eva". É em Maria que se cumpre essa sentença de Deus: a mulher finalmente esmaga a cabeça da serpente, para que não mais a morte pudesse escravizar os homens.









SACRARIO



CORDEIRO é o símbolo da simplicidade, inocência, obediência, pureza, doçura. É considerado o animal de sacrifício por excelência. É a imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo, imolado em sacrifício por todos nós.


Assim, do derramamento do sangue redentor do Cristo na cruz não deixa de estar relacionado com o sangue salvador do cordeiro sacrificado, com o qual os judeus recobrem os montantes e o dentel da porta, a fim de afastar de suas casas as forças do mal.







SIMBOLOGIA  DAS  CORES  USADAS  NA  IGREJA

        
A cor é o resultado da decomposição da Luz, segundo a óptica; e, segundo a espiritualidade, a iconografia utiliza da Luz da Ta bórica  para irradiar a cena representada, desempenhando assim um papel importantíssimo na iconografia. Para entender o mistério das cores na iconografia é preciso ter em mente a Luz Deífica.

O branco
 É a união de todas as cores e símbolo da própria Luz e da Vida que vence a morte. Branco é a túnica de Cristo, no ícone principal.
“O branco é a cor de quem está penetrado pela luz de Deus. O branco é a cor da inocência porque, para aqueles que se converterem, Deus promete que os seus pecados tornarão brancos como a neve (Is. 1,10), portanto não é de se admirar que o branco exprima a alegria das grandes festas litúrgicas” (SENDLER, p. 146).
O vermelho
 (Retângulos)
  Foi utilizado para se referir ao sangue e ao fogo respectivamente, símbolos do martírio/sacrifício e a manifestação do Espírito Santo. Vermelho é a carruagem de Elias e o manto de Cristo quando representado como “Filho do Homem” e dos mártires.
 O Marrom,
(Retângulos)
Representa a terra que nos da a vida e nos guarda para a vida eterna. Do pó viemos ao pó voltaremos. Ela é dita por Deus a Adão, depois que Adão e Eva comeram o fruto da árvore que Deus lhes proibira de comer:
Com o suor de teu rosto comerás teu pão até que retornes ao solo, pois dele foste tirado. Pois tu és pó e ao pó tornaras. Gênesis 3,19.
Azul Claro,
 Expressa esperança.
 O Azul é  a cor ideal para as Igrejas, lugar para onde os fiéis convergem, por simbolizar a ação centrípeta da própria comunhão. Esta cor representa o infinito céu, ou seja, poder infinito do filho de Deus, pois a bíblia nos relata que todo o poder foi dado ao nome de Jesus.

Verde:
É a cor da natureza, da vida e do crescimento e é usado ao longo do Tempo Comum (ou da Criação)

MENSAGEM  DO  ARTISTA;
Num espaço Sagrado, numa pobre matéria, manifesta-se o invisível.
 A Arte Sacra revela uma presença  que a nossa distração ou descanso leva ao esquecimento.
Diante de uma Obra de Arte, temos outra postura. Ela provoca em nós estupor, admiração, olho no olho.
 Ela é sinal de uma presença.
Mas do que analisá-la, é ela quem nos comunica, nos indica que estamos em presença do invisível.
Uma palavra sujeita-se a diferentes interpretações.
 O olhar nos coloca diante de uma presença.
Que Deus abençoe a todos.
MARCÍLIO SOARES.
Artista Sacro.